As exportações brasileiras para os Estados Unidos e a estratégia do México para reduzir sua dependência da China refletem um cenário em que as cadeias globais de suprimentos estão em plena transformação. Ambos os temas revelam como a América Latina, especialmente o Brasil e o México, têm buscado consolidar suas posições no comércio internacional, aproveitando oportunidades e enfrentando desafios distintos, mas complementares.

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O Brasil registrou um recorde histórico nas exportações para os EUA, com crescimento de 10,3% em valor até setembro de 2024, impulsionado por setores como o de petróleo, carne bovina e aeronaves. Esse resultado reforça os Estados Unidos como um parceiro comercial estratégico, ultrapassando outros grandes mercados como a União Europeia e a China. O crescimento nas exportações brasileiras demonstra uma complementaridade significativa entre os dois países, já que muitos dos produtos brasileiros atendem à demanda da indústria norte-americana. Além disso, o Brasil tem se beneficiado de uma economia aquecida, que impulsiona tanto o comércio bilateral quanto as cadeias produtivas locais. Essa forte relação comercial é ainda mais relevante no contexto atual de reindustrialização brasileira, em que as parcerias com os EUA ajudam a alavancar setores de maior valor agregado.

Em paralelo, o México, grande parceiro comercial dos EUA, está adotando uma postura estratégica para reduzir sua dependência da China, incentivando a produção local de bens e componentes que até então eram importados daquele país asiático. Essa iniciativa, que visa fortalecer cadeias de suprimentos locais, tem o potencial de posicionar o México como um hub de manufatura mais integrado ao mercado norte-americano. Embora o México já tenha superado a China como maior fornecedor de produtos para os EUA em 2023, o processo de nearshoring — a transferência de produção para regiões mais próximas dos mercados de consumo — ainda enfrenta desafios, como a necessidade de desenvolver infraestrutura local e a falta de recursos especializados.

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Esses movimentos distintos, mas interconectados, indicam uma tendência de integração mais profunda entre os países da América do Norte e da América Latina. O Brasil, com suas exportações crescentes para os EUA, fortalece seu papel como fornecedor de insumos essenciais, enquanto o México busca atrair novos investimentos industriais para competir diretamente com a China. Juntos, esses esforços moldam um novo cenário para a logística e as cadeias de suprimentos, em que a proximidade geográfica e a cooperação regional ganham importância, tanto para assegurar a resiliência quanto para aumentar a competitividade global.

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Dessa forma, ambos os cenários refletem a busca por maior independência e competitividade no comércio global, com a América Latina desempenhando um papel crucial nessa transformação logística.

Dessa forma, ambos os cenários refletem a busca por maior independência e competitividade no comércio global, com a América Latina desempenhando um papel crucial nessa transformação logística.

Via: Valor Econômico.